nesse longo caminho reflito a paisagem. estou deixando tudo para trás, talvez a estrada seja a prova mais concreta disso. percebo a paisagem sem culpa, sem medo de perdê-la pelo caminho. é coisa leve, que tá aí. que chora comigo pela madrugada dentro de um ônibus azul com uma andorinha desenhada dos dois lados dele. é a paisagem que ilumina a moça do banco da frente, enquanto ela viaja adormecida. é verde pela manhã, um pouco envelhecida pela tarde, quando se despede de mais um dia laranja. é chuva. a paisagem me olha de longe, dos altos do montes, de perto quando estamos cerquita das rochas. vejo açudes, cores que secam ao sol.
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